Seguidores e seguidoras

miércoles, 19 de junio de 2013

Por terras do Esla

 O sábado e o domingo estivem a prospectar o val do rio Esla, em terras de Zamora. Certamente que gostaría de ir até as Arribas do Douro, mas nom disponho do tempo necessário; e este canom do Esla vém a ser um bom "sucedáneo" para os que desfrutamos no monte mediterránico.


  Já conhecia a zona de "Puente Quintos". Desta volta escolhim o entorno da vila de Bretocino, rio arriba. Um lugar do que tinha moi boas referências.

  Paisagens vegetais

Rio Esla

    A primeira das rotas, que percorrim o sábado, foi a carom mesmo do rio, pola parte mais baixa do val.


   Se Galiza é terra de salmónidos, Castilla é terra de ciprínidos. A existência de grandes rios com pouca corrente, assi coma numerossas charcas e lagoinhas espalhadas pola Meseta, favorece a pervivência desta familia de peixes, maioritarios nas augas estancadas e de curso lento.
   Desde a mesma beira do rio, pódem-se albiscar varias espécies que se achegam habitualmente às partes menos fondas: Vermelhas (Rutilus arcasii), Escalos (Leuciscus carolitertii), Barbos (Barbus Bocagei),.. Mesmo apareceu um Góbio (Gobio gobio), que nom me deu tempo a fotografar.
  A primeira image penso que se trata dunha Vermelha jovem:

 Vermelha (Rutilus arcasii)?

 Bos exemplares de Barbo remegiam nos fondos lamacentos, na procura de invertebrados com os quais se alimenta. Para este galego de litoral, estas observaçoes de tanta diversidade piscícola som quasse umha raridade!

Barbo (Barbus Bocagei)

  E onde há peixes, estám também os seus predadores. Uns berros escandalosos chamárom a minha atençom e descobrím umha Lontra (Lutra lutra) que expulsaba outro mustélido na beira oposta do rio. Nom tivem tempo a determinar se o segundo exemplar era outra Lontra ou um Vissom americám.

Lontra (Lutra lutra)

 Polo caminho, surprendia umha Lebre (Lepus granatensis) a primeira hora da manhá. A verdade é que estou afeito a vê-las em áreas abertas da estepa cerealista, mas nom a carom dumha ribeira fluvial com abondossas árbores caducifólias. Zamora sempre sorprende ao naturalista!

Lebre ibérica (Lepus granatensis)

   Dadas as boas condiçons do hábitat e já que eram horas da manhá em um dia soleado de Junho, esperava me atopar mais répteis. Apenas umhas quantas Lagartixas-rabudas (Psammodromus algirus) ao pé das Azinheiras. Porque, certamente,  poucos lacértidos som tam característicos do bosque mediterráneo aberto coma esta psammodrommus. Umha parelha pousou para o fotógrafo sobre a sua pedra favorita. No mundo da herpetologia nom é doado atopar exemplares "aparelhados" ao estilo de vertebrados superiores coma aves ou mamíferos, e sempre chama a atençom do observador inquisitivo.

 Parelha de Lagartixas rabudas (Psammodromus algirus).

 Baixo as pedras da ribeira, achei várias Cobras aquáticas viperinas (Natrix maura). Este juvenil da foto, ante a ameaça da minha presença, desenvolveu o "protocolo" de actuaçom que lhe valeu o nome de "viperina". Toda umha série de elementos teatrais coma esmagar o corpo, inchar a cabeça e fazer amagos de ataque, ao estilo das víboras verdadeiras. Um comportamento que os expertos denominam "mimetismo batesiano", e que acontece moi a miúdo no mundo natural, especialmente entre os insectos.

 Cobra aquática viperina (Natrix maura) juvenil

 O sábado, quando voltava para o hotel em Villalpando, atopei este Cobregom (Malpolon monspessulanus) recém atropelado. Baixei do carro para o medir e para fotografar (1670 mm de bicho!)

Cobregom (Malpolon monspessulanus)

  Mentras colocava a serpe em umha postura natural, antes de que começase o rigor mortis, aparesceu um labrego que, ao me ver manipulando aquela cobra, paróu o carro e baixou del. Logo da sorpresa inicial, informou-me de que "el ICONA (Instituto para a Conservaçom da Natureza em Espanha) suelta las culebras y topos desde las avionetas, para dar de comer a las águilas". Resulta moi triste comprovar que a ignoráncia nom tem fronteiras nem pátria. Quantas vezes terei escoitado isso mesmo aos paisanos do rural galego!!

 O percorrido por áreas de mato ou floresta mediterránea a primeira hora da manhá em um dia de Primavera é umha experiência que nom se pode perder nenhúm naturalista. A quantidade e variedade de cantos de paxaros ouvidos enchen os ouvidos de maneira que úm nom sabe cara onde dispór a atençom. Se ademais nesa zona há curtados rochosos, a presença de grandes rapazes está garantida. Ao longo da manhá do sábado foron aparecendo Águias caudais (Hieraaetus pennatus), 2 Águias reais (Aquila chrysaetos) adultas (ou quasse) e 4 Voitres comúns (Gyps fulvus).

 Águia caudal (Hieraaetus pennatus)

 Águia real em vó

 Na seguinte foto, moi mala, vem-se duas águias pousadas juntas antes de começar a remontar coas térmicas. Umha parelha, acaso?

 Águias reais (Aquila chrysaetos) descansando numha pena

Voitre comum (Gyps fulvus)

 A diversidade de aves é absolutamente abraiante. Picanços cabecirruivos (Lanius senator) e meridionais (Lanius meridionalis) destacavam sobre as suas perchas de caça. De fondo, os numerossos cantos de Rulas (Streptopelia turtur), Ouriolos (Oriolus oriolus) , Cucos (Cuculus canorus) Papujas carrasqueiras (Sylvia cantillans) Folosas amarelas (Hippolais polyglotta), e Rosusinois (Luscinia megarhynchos) eran as mais numerossas nas zonas de mato ou con arboredo mesto. Nas riveiras do Esla as Folosas grandes (Acrocephalus arundinaceus) e dos carriços (Acrocephalus scirpaceus), os Rousinois bastardos (Cettia cetti) e outros passeriformes faziam-se notar também.

Picanço cabecirruivo (Lanius senator) carrejando bicada

 Nas áreas máis abertas eran abondossos  Abelharucos (Merops apiaster), Bubelas (Upupa epops), Xílgaros (Carduelis carduelis), Pardais chiadores (Petronia petronia),  Cotovias pequenas (Lullula arborea) e cristadas (Galerida cristata). Sabia da presença da Cotovia montessa (Galerida theklae) pola informaçom dos blogues locais da zona (el pernil e la biosfera que nos rodea), e estivem na procura da espécie. Tirei várias fotos a algúns exemplares de Galerida sp que cantavam desde as pequenas azinheiras que medran na ladeira de Bretocino e, graças às indicaçons de Alfonso Rodrigo, averigüei que se trata finalmente de Cotovias montessas (Galerida theklae)

Abelharucos (Merops apiaster)

Cotovia montessa (Galerida theklae)

Cotovia montessa (Galerida theklae)

 A tarde do sábado, em uns cultivos abertos, outra sorpresa: um Pedreiro marelo (Oenanthe hispanica) macho com gorja preta. Ténho visto a espécie nas Arribas do Douro, mas nom conhecia que aparecesse em latitudes tam septentrionais durante o período reprodutor.

Pedreiro marelo (Oenanthe hispanica)

   E o melhor da toda a excurssom agardava nas ladeiras da marge dereita do rio, perto de Bretocino. Se há um paxaro difícil de observar em Galiza(e mais aínda de fotografar) é a Escribenta das hortas (Emberiza hortulana). E resulta que atopei um lugar onde no só era comúm senom mesmo abondosso e até doado de observar! Aproveitei para familiarizar-me na medida do possível co seu comportamento, hábitat e vozes. Na Galiza apenas existe no quadrante suroriental (a zona máis mediterránea do país) e semelha que está a desaparecer dalgún lugares onde o tinha visto anos há, na ourensá Serra da Lastra. Com o objectivo de aprender sobre a espécie adiquei várias horas en exclusiva a observar as Escribentas e fotografá-las.


  Semelha que quando há umha maior densidade, amossa um comportamento mais confiado (os exemplares galegos som extraordinariamente tímidos e fugem a muita distáncia do observador!). Ademáis, parez que escolhem hábitats nom tam abertos coma imaginava, com clara preferência por lugares de arboredo espalhado de Azinheiral baixo (Quercus ilex). Em fim, tivem ocassom de aprender moitas cousas sobre esta autêntica raridade do panorama ornitológico galego, e que espero poder empregar para localizar melhor os escasos exemplares galegos que aínda pervivem no Parque Natural da Serra da Lastra e outros montes ourensáns.


Escribenta das hortas (Emberiza hortulana)

  O domingo, logo de queimar a pel baixo o sol e os 30 graos de Zamora, voltava a um Ferrol que me recebia co céu cuberto, chuviscas e uns frescos 17 graos. Um cámbio que era aínda máis brutal no que a riqueça natural se refire. Botarei de menos aquelas terras durante uns meses, até que disponha dumha nova oportunidade pra a visitarem.

Com umhas imagens do entorno de Bretocino, despido-me de vós até a próxima.


 Paisagem de Zamora

 Um saúdo!



14 comentarios:

  1. Muy buena entrada Xabi.
    La cogujada de la foto es montesina. Es más, la mayoría de las que hayas visto por ahí, serían montesinas. La común aquí es mucho más escasa...
    Sin duda, la observación de collalba rubia es de lo mejor. ¿Dónde la viste exactamente? En esta zona está en clarísima regresión y no damos con ella este año por más que la estamos buscando.
    Sobre las águilas reales, si quieres, hablamos en privado...
    Saludos y me alegro que te haya gustado esta parte más desconocida de mi local patch...

    ResponderEliminar
    Respuestas
    1. Gracias, Alfonso. "Las" de las fotos son dos diferentes (ya he corregido el texto de la entrada). La verdad es que por hábitat y jizz no me parecía común, pero los caracteres que vienen en mis ya obsoletas guías resultan un producto más propio de la imaginación que de la observación. Sinceramente, no sé cómo demonios hacéis para dieferenciarlas!
      La Collalba rubia estaba en el camino que conoceréis bien tú y Cristian, y que discurre sobre el cañón del río desde Bretocino. Fué en unos terrenos de viñedo (creo recordar) y otros cultivos situados cerca de una casa abandonada, justo antes de comenzar la subida hacia un "outeiro" (otero?) donde hay otra pequeña edificación, ésta ya rodeada de maquis de Quercus ilex y de Escribanos hortelanos. Si quieres más precisión, pásame al privado una imagen de sigpac o un mapa escaneado y te marco el sitio exacto.
      Sobre lo de las Águilas reales, pues claro que me ienteresa. Uno se considera un buen observador y me parece que sé lo que me vas a decir. Algo que no procede "airear" demasiado.
      PD: Siempre me han encantado estos lugares poco conocidos, con menos caché que Doñana, Monfragüe, etc, pero en los que se goza de una tranquilidad y una diversidad que justifican el largo desplazamiento desde tierras gallegas.

      Eliminar
    2. Para separar ambas especies, sin duda, lo mejor es el reclamo. Aunque supongo que el ver muchas ayuda. Yo, de momento, no tengo problemas para separarlas tanto visualmente como por oído, y en esto último soy un auténtico negado.
      Gracias por las indicaciones, con lo que me cuentas conozco (conocemos) el sitio exacto. Iremos a echar un ojo este fin de semana, a ver si confirmamos que están criando aunque, entiendo, que debe ser así.
      De corroborarse será una de las últimas parejas de la zona.
      En cuanto a las águilas, lo que dices.

      Eliminar
    3. En mis anticuadas guías, comentan que el canto tampoco es que sea una garantía para diagnótico entre G. theklae y G. cristata. Sin embargo, mientras caminaba por el camino de Bretocino, me llamó la atención la escucha de un canto con estrofas muy parecidas a Alauda arvensis. Como sabes, he pasado muchísimas horas en tu querida Villafáfila, así que el sonido de G.cristata es una "música" extraordinariamente familiar para mí. Por eso, el hecho de detectar un canto de "Alondra" en un encinar aclarado dispartó mis alarmas, pensando inmediatamente en G. theklae. Pero claro, luego abres la Svenson y lees el texto, donde te queda claro que no es diagnóstico, y ya te viene la duda.
      Sobre la Collalba, pues mucha suerte. Ya miraré como os fué la búsqueda en El Pernil.

      PD: Sobre lo último que dices, creo que nos entendemos. Mejor no hablar más, que ya sabemos el personal tan irresponsable que pulula por la red.

      Eliminar
    4. Pues pudiera ser que, según que zonas donde coincidan las dos especies, no sea diagnóstico. Aquí, aunque coinciden ambas (mucho más numerosa la montesina), el reclamo se separa estupendamente. Ya no la estrofa solo, sino el tono, la frecuencia, el momento de reclamar... ¡todo!

      Eliminar
    5. Es que no hay nada como estar familiarizado con la especie, Alfonso. Ante la duda, siempre he valorado más la opinión de estos observadores con experiencia que el texto de las guías (un texto a veces difícil de interpretar, la verdad, sobre todo al tratar de un área tan extensa como Europa). Gracias por la ayuda

      Eliminar
  2. O sea que comiendo tarta en Villalpando!!! Yo paré allí también esta semana.
    Muy buena entrada y bonitas fotos del hortelano.
    Saludos.

    ResponderEliminar
    Respuestas
    1. Xa sabes, Fernando, que todo isto de ir a Villafáfila non é senón unha tapadera para ocultar o auténtico obxectivo: papar o puding de queixo do Athalanta!!
      Falando en serio, as fotos da Escribenta están ben, pero non me convencen. Non souben como evitar os efectos desa luza tan lateral que proporcionaba o sol da mañá. Aclarei as sombras co software porque me parecía que quitaban demasiado color e con iso perdín contraste!
      Agora entendo cando un crack coma Álvaro Fernández Polo me falaba dos días nubosos coma moi bós para a fotografía. Porque con sol intenso diagmos que non sei como distribuir a luz...

      Eliminar
  3. Boas Xabi,
    como sei que eres un fan do splitting direiche que non estou certo se esas poboacions son Gobio gobio ou Gobio lozanoi...
    Tremendo cobregon!!

    Cesar

    ResponderEliminar
    Respuestas
    1. Aí xa me pillaches, César. Por certo, qué demo é o "spliting"? (sei que en inglés "split" é partir, partición e cousas así, refíreste à diferenciación subespecífica?)
      O Cobregón, tela marinera...

      Eliminar
  4. Pois iso, que hai os fanaticos da separacion, e parece que a meirande parte do que se consideraba G.gobio agora e G.lozanoi. Como usouse/usase coma isco para pesca espallouse moito. Eu atopeino en vivo en Verin, e nas letrinas da lontra nas Gandaras.
    Parece que escomenza a epoca dos cobregons, onte comentaronme que apareceu un no zoo, e hoxe atopei unha calcamonia familiar ourensana.

    ResponderEliminar
  5. Cómo disfrutas cando vas pola meseta Xabi. Nótaseche ben... E non é para menos. Hai una riqueza impresionante. Pero quedo abraiado coa cantidade de especies que podes chegar a ver nunha destas escapadas puntuais que fas de vez en cando. E mira que saio eu por diferentes sitios de Castela e a Meseta.
    En fin, un gusto ler a túa entrada, coma sempre.
    Apertas.
    P.D.: Eu este fin de semana "subo", por certo. Ainda que non irei de bichos. Os únicos bichos que verei serán as sardiñas. Xa sabes, en San Xoan, a sardiña molla o pan ;)

    ResponderEliminar
    Respuestas
    1. Grazas, Quique. Coma ben dís, por San Xoan a sardiña molla o pan... e a carteira! (a 8 euros o quilo... están coma cabras!!! só por joder eu vou facer unha colifror con bacallau!!)

      Eliminar
  6. Vaites, que excursión tan boa, e canta variedade.Encantáronme os abellarucos e o pedreiro.
    Saúdos

    ResponderEliminar

Para comentar es necesario identificarse con nombre y apellidos