Rio Báa, um ecosistema ameaçado.

   O pequeno rio Báa (nalgúns mapas aparece coma rio "Sar"') descorre pola beira sul da ria ferrolá. Nasce por terras de Fene e desemboca no Seijo (Mugardos), mantendo aínda pequenos redutos da vegetaçom caducifolia originária que em tempos cobreu a zona. A "Asociación de amigos do Río Báa" (à que pertence o nosso companheiro Pedro Cruzado) está pelejando pola conservaçom deste rio peculiar.

 A Sociedade Galega de História Natural vém fazendo diferentes alegaçons na defesa do nosso património natural. Umha das últimas ameaças é o projecto de amplaçom do polígono industrial de Rio Colo. Umha amplaçom que faria desaparecer precissamente a parte melhor conservada e de maior interesse botánico do rio Báa. Assi que hoje fomos alô, coa ideia de ir avançando no inventário de taxóns catalogados presentes no rio.

 Ao pouco de chegarem, tocou-nos a lotaria. Umha Píntega-rabilonga ou Saramaganta (Chioglossa lusitanica) corria entre a folhasca do chao.

 Nom é doado atopar-mos esta nossa joia activa em pleno dia. A elevadíssima humidade do ar que existia nessas horas da manhá (um 94%!) seguramente facilitou o achádego. Humedecendo as maos coa auga do rio, para non afectar à pel deste delicadíssimo anfíbio, colhémo-lo para tirar umhas fotos. Umha das vantages de colaborar no Atlas da SGHN e no Alvar do nosso amigo Martinho Cabana é que dispomos dos permisos necessários para manipular a fauna. Um motivo engadido para botar umha mao na recopilaçom de datos, que fam moita falta para conhecer melhor o estado actual das nossas povoaçons de hérpetos.
 NOM MIRES! PARTICIPA NO ATLAS E NO A.L.V.A.R.!!

Saramaganta (Chioglossa lusitanica)

    Bem, a manhá nom podia começar melhor. Aproveitando a companha de Piedade Vinhas e Antonio Gómez, aproveitei para aprender um pouco sobre a flora local (fai-me moita falta). 

 Galiza, um país absolutamente alterado pola man do home (e da mulher!), carece de hábitats de verdadeira importáncia internacional. Sem embargo podemos pressumir de umha riqueça e diversidade de espécies pouco comúm. No percorrido de hoje atopamos varios exemplos disto que digo.

 Num espaço mínimo de uns poucos metros quadrados observamos até cinco espécies distintas de Felgos. Afotei catro deles (se houvesse erros na nomenclatura botánica é exclusivamente culpa minha, que tomei as notas com présas no quaderno de campo):

 Dryopterix affinis

 Athyrium filix

 Blechnum spicant

Dryopterix dilattata

   Perto do seu nascemento, o Báa é um rego bastante cativo, a verdade.

 Rio Báa, na sua parte inicial.

Nas ribeiras do rego atopamos umha morea de Sapos raxados (Discoglossus galganoi). Algúms machos amosavan caracteres de celo claramente. Suponho que as chúvias cativas da semana passada dérom por "inaugurada" a tempada reprodutora.

Sapo raxado (Discoglossus galaganoi)

   Na zona está presente um Equiseto mais própio de áreas básicas, como a serra da Capelada: o Equisetum telmateia.

 Equisetum telmateia

   Guiado por Antonio e Piedade, achegámo-nos até un lugar bem fermoso. Umha pequena fraga residual. De redor, percorremos uns prados cumha altísima humidade no solo, devido a um nível freático extraordinariamente alto, creo (que me corrigam os biólogos se meto a pata, "por fa")

  Piedade alucinaba com varios taxóns, máis típicos da hiper-húmida fraga do Eume, que apareciam no substrato do mesmo prado. Os musgos eran omnipresentes no prado todo.

Diferentes vistas da fraga do rio Báa.

   Tendo em conta o hábitat, nom me sorprendeu atopar vários exemplares juvenis de Rá vermelha (Rana temporaria subsp parvipalmata). Tanto esta cita como a da Saramaganta som moi, pero que moi importantes, por serem de localidades litorais, quasse a nível do mar. Aínda que já as tinhamos citadas na mesma quadrícula UTM 10x10, esta 1x1 é nova para ambas spp (Moisés e Martinho: tranquilos que já vos passarei os dados antes de fim de ano). Ponho umha foto do Forgoselo.

Rá vermelha (Rana temporaria parvipalmata)

   No prado, havia tamém moitos pés de Valeriana, a famosa pranta empregada pela medicina tradicional para combater o nervossismo e para durmir. E falando de medicina tradicional, havia moitos anos que nom me picava com Estrugas! Tivem que recorrer a umhas folhas de Menta que havia por ali (e um pouco de saliva própia) para aliviar o escoçor....

 Valeriana (Valeriana dioica)

Valeriana, flor

      Voltando para o carro tomei umha image do roteiro.

  Para rematar, isto que semelha a Grande muralha chinesa nom é senom o límite do polígono industrial, que morre quasse sobre a fraga. Díxem-lhe a António que se puxera alô para poder-mos apreciar a dimenssom da parede..

 E isto é própio Polígono Industrial de Río do Colo. A metade das naves están abandoadas. A crise impede que se críem empresas.  Pero "es necesario ampliar el polígono". Em fim, hai que sacar o cemento e vende-lo dalgumha maneira, suponho. Sobre todo agora que a burbulha inmobiliária rebentou.

Polígono industrial galego típico.

   Começa umha nova semana, e todo indica que vai ser propícia para visitar terras zamoranas. A ver se é assi.... 

 Un saúdo!