Quando as cousas venhem assi, pois nom há nada melhor que se dar umha volta pola ria de Ortigueira. Umha mente ocupada en contar anátidas é sempre umha mente distraída e descansada. E isso mesmamente foi o que figem hoje: contar patos (e algumhas cousas a maiores tamém).
"Cada maestrillo tiene su librillo" di um refrám espanhol. Imagino que outros colegas que censam a ria e a conhecem bem terám os seus trucos. Que seremos apenas cinco ou seis censadores desta ria (Marcos Otero, Suso Domínguez, María Vidal, José Souza, Amadeo Pombo, e.... para de contar), dado que nestes tempos semelha que o único que "engancha" ao pessoal é a rarologia, e nom tanto a numerologia.
Para o casso de anátidas, eu emprego habitualmente a maré alta com Anas penelope e Anas acuta; e a baixa (ou interméia) para outras espécies.
Bando de Corvos marinhos e Colhereiros em vó
Básicamente esta manhá figem umhas estimas mínimas para avaliar a entrada outonal das anátidas principais. Coma sempre, aquelas espécies de procedência boreal (A. penelope e A.acuta, por exemplo) adoitan chegar um chisco antes. As que procedem de latitudes mais centroeuropeias (A.crecca, A.clypeata, Aythya sp, etc) ham tardar um pouco mais em formar bandos importantes ou mesmo em aparecer.
RESULTADO DO CENSO
- 10 Mergulhons pequenos (Tachybaptus ruficollis)
- 160 Corvos marinhos reais (Phalacrocorax carbo)
Bando de Corvos marinhos (Phalacrocorax carbo)
- 1 Garça branca (Egretta alba) em Sam Cláudio. Provávelmente seja outra diferente à de Ladrido (o ano passado tivemos umha invernada de 5 indivíduos)
Garça branca (Egretta alba)
- 11 Colhereiros (Platalea leucorodia)
- 768 Patos asubiadores (Anas penelope). Umhas cifras bem conservadoras. Tratába-se simplesmente de controlar a chegada, mais que de censar com precissom.
- 115 Patos rabilongos (Anas acuta). A maioria dos machos possúem já a plumagem nupcial
Patos rabilongos (Anas acuta)
- 592 Lavancos (Anas platyrhynchos)
- 118 Cercetas reais (Anas crecca). Poucas quiçá para estas alturas.
- 26 Patos colher (Anas clypeata). Éstes tardam bastante em chegar. De todos os jeitos experimentárom um forte declive desde finais da década dos noventa.
- 2 Pentumeiros (Melanitta nigra)
- 1 Águia pescadora (Pandion haliaetus)
- 1 Açor (Accipiter gentilis) que pescóu umha Garçota (Egretta garzetta) na enseada de Feás. Umha escea de caça realmente espectacular e já vista antes por mim nessa mesma enseada. Ademais, por comentários de José Miguel Alonso Pumar (grande conhecedor da ria tamém), semelha que fosse umha fémia de Açor especialiçada na captura de este ardéido em Feás.
- 32 Pílharas cinzentas (Pluvialis squatarola)
- 30+ Pilros grossos (Calidris canutus)
- 164 Pilros comúns (Calidris alpina) no esteiro de Cuínha. Havia mais grupinhos noutras partes da ria. A entrada forte de invernantes é a finais de Novembro. Ou era, porque ésta é outra espécie em acusado descenso povoacional, respeito a décadas anteriores.
- 16+ Maçaricos rabinegros (Limosa limosa)
- 52 Biluricos comúns (Tringa totanus)
- 84 Biluricos claros (Tringa nebularia) na enseada de Cuínha. Sumando os grupos (que non censei) de Ladrido, Feás, Mera e Sam Claudio, sem dúvida que andariam por 150-200 exemplares. Nestas datas de finais de Outubro venho censando as meirandes quantidades da espécie habitualmente.
- 1 Bilurico escuro (Tringa erythropus)
- 2 Lontras (Lutra lutra) na enseada de Mera. Nom podiam faltar!
E como nom puidem ir a Villafáfila, vou ter oportunidade de realizar várias saídas menores esta fin de semana de ponte. Assi que estade atentos e atentas a "Bichos".
FIN DE LA CITA.